domingo, 15 de fevereiro de 2015

Higiene - Parte 1 - Cuidados odontológicos

Na natureza, o cavalo é um animal herbívoro e nômade, com sua dentição altamente especializada ao pastoreio, onde em suas jornadas alimentava-se dos diversos tipos de forragens existentes, proporcionando-lhes assim um desgaste lento e mais homogêneo.






Com a domesticação foi-lhe retirada a possibilidade de uma dieta variada, composta de diversos tipos de alimentos e suas diferentes texturas, obtidos ao longo das caminhadas diárias, e passam então a serem criados sob condições quase constantes de alimentação menos abrasiva e confinados.
Isso passa então a ser um fator de desgaste dentário diferente do usual, e abre a possibilidade de alguns problemas dentários. Soma-se a isso o fato dos animais agora possuírem funções ou carreiras esportivas, muitas dessas iniciadas precocemente, mesmo antes de atingida sua maturidade estrutural fisiológica, e lembremos ainda, da demanda que a competitividade nesses eventos incide sobre a intensidade de treinamentos e performance.
Dessa forma, como mais um cuidado para com a saúde do cavalo, e no caso do atleta, para auxílio na performance, a rotina de exames e procedimentos para a manutenção odontológica faz-se necessária.



O cavalo como os humanos, possui dois grupos dentários: os dentes decíduos (dentes de leite) e os permanentes.
Suas trocas ou mudas ocorrem em diferentes períodos, algumas vezes vários dentes podem estar sendo trocados ao mesmo tempo causando desconforto, o que pode influenciar sobre o comportamento do animal.
Um cavalo adulto pode ter de 36 a 42 dentes, e o padrão de mastigação do cavalo, pode promover, principalmente nos dentes mais envolvidos na trituração dos alimentos ( molares e pré-molares) um desgaste capaz de gerar pontas que podem provocar ferimentos na língua e bochechas.
O desconforto provocado por esses ferimentos pode refletir sobre a condição corporal do animal e/ou em sua performance.

Alguns sinais de problemas dentários ou da cavidade bucal:
  • Perda de condição corporal
  • Perda de alimentos pela boca, durante a mastigação
  • Dificuldade de mastigação ou salivação excessiva
  • Aumento do tamanho e/ou quantidade partículas não digeridas nas fezes
  • Resistência em executar alguns movimentos, mascar o freio ou animal que movimenta muito a cabeça após alguns comandos com as rédeas
  • Odor desagradável proveniente da boca ou narinas, ou corrimento sanguinolento provindo da boca
  • Descarga nasal ou edema de face, mandíbula ou tecidos da cavidade bucal
  • substituídos, alguns deles simultaneamente.
  •  Perda de performance, relutância em paradas, recuos ou viradas

O fator etário é muito importante para um bom manejo dentário. Animais em início de treinamento aos 2 ou 3 anos requerem um exame odontológico detalhado, para que seu primeiro nivelamento possa ser procedido, além da remoção de eventuais caps (ou capas que são os dentes decíduos que não se desprenderam durante a troca) pois quando retidos podem gerar desconforto e infecções por retenção de alimentos e bactérias.
Caso estejam presentes os dentes de lobo podem ser removidos. Nessa fase, essa prática pode ajudar não só o aproveitamento alimentar bem como reduzir o desconforto e auxiliar na eficiência do treinamento.



Cavalos dos 2 aos 5 anos requerem uma maior frequência de exames que cavalos mais velhos, isso se deve a estrutura dos dentes decíduos ser menos rígida que dos permanentes e a possibilidade de formação de pontas de esmalte muito mais rapidamente, além do fato de que nessa faixa etária a maioria dos dentes (cerca de 24) serão 
Assim recomenda-se que cavalos nessa faixa etária tenham seus dentes checados pelo menos duas vezes ao ano, para que os procedimentos cabíveis sejam efetuados.
A partir dos 5 anos, do ponto de vista fisiológico, o cavalo já pode ser considerado adulto, e passa então a ser recomendada a verificação anual de sua saúde bucal.
É muito importante a manutenção dentária dos cavalos, mesmo bem antes dos 10 anos, pois hoje em dia tem se tornado comum a presença de animais com mais de 20 anos, e é muito mais produtiva a manutenção de uma angulação ou nível dentário durante a vida jovem do animal, do que aguardar que o cavalo chegue aos 20 anos com superfícies dentária que podem estar excessivamente desgastadas ou desalinhadas, e algumas vezes o nivelamento mais adequado pode não ser mais possível.
Cuidados dentários possuem sua recompensa! Seu cavalo se sentirá mais confortável, poderá aproveitar melhor a alimentação de boa qualidade que você oferece a ele, devendo melhorar sua performance e muitas vezes prolongar sua vida!

Fonte: ABQM

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